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Quilombo de Ubatuba vira tema de livro lançado em São Sebastião

Sábado, 03 de Dezembro de 2011

O livro “Tradições culturais do quilombo da Fazenda pelas vozes da comunidade: da construção da rodovia Rio-Santos aos dias atuais”, da escritora paulistana Tamara Fresia Mantovani de Oliveira, em novembro de 2011, no pátio da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) de São Sebastião. 

A obra é produzida com patrocínio da Secretaria do Estado da Cultura, por meio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC 2010). Tamara é formada em pedagogia pela USP e tem mestrado e doutorado pela PUC em Sociologia da Educação.

A apresentação do livro ocorreu num bate papo bastante descontraído com o público. Ela explicou que este já é o segundo livro sobre o quilombo de Ubatuba, com relatos de vozes da comunidade mais nova, a partir da reconstrução de suas tradições culturais, e também após a criação da Associação dos Remanescentes do Quilombo da Fazenda (ARQF), e a construção da rodovia Rio-Santos.

A comunidade já teve algumas conquistas como a chegada da energia, o Telecentro, a parceria com Furnas e a permissão, através de uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, para algumas construções e reformas nas casas, já que o quilombo está em área de Parque Estadual da Serra do Mar, no sertão de Picinguaba. “A Associação é o fruto de muitas lutas da comunidade que se tornou mais forte e já foi reconhecida pela Fundação Palmares em 2005”, explicou Tamara. 

A quilombola Maria Lúcia lembrou que o quilombo já está em fase de ser reconhecido pelo Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo). Ela acredita que, em breve, deve sair o título de reconhecimento da área. 

Hoje, são 50 famílias morando no quilombo de Ubatuba. A ideia, segundo a autora, é realizar o lançamento do livro também na Casa de Farinha, no quilombo de Ubatuba, com uma grande festa e a presença dos quilombolas e convidados. 

Resgate de tradições

A quilombola Laura Braga contou que quando chegou ao quilombo, em 1961,não tinha estrada e nem energia elétrica. Os moradores tinham que ir a Ubatuba ou a Paraty por trilha. As famílias viviam da roça e da pesca, mas eram felizes e livres. Com a chegada do Parque Estadual e da rodovia, na década de 70, os quilombolas foram sofrendo com as restrições da lei ambiental. “Agora estamos conseguindo resgatar as nossas tradições culturais, como as danças, as festas e as comidas”. 

1º livro 

Conforme Tamara, o primeiro livro foi lançado em 2009, o “Tradições culturais do quilombo da Fazenda pelas vozes da comunidade”, um trabalho com várias entrevistas focado nas tradições culturais antigas do quilombo, até a construção da rodovia Rio-Santos. 

Neste trabalho foram deixadas apenas entrevistas dos mais velhos, para contar a história do local até a década de 70. Como muitas informações dos demais entrevistados ficaram de fora desta seleção por não caberem na obra,então houve a necessidade de um segundo livro para complementar o primeiro.

Fonte: Imprensa Livre














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