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Projeto Tamar busca marca de 15 milhões de filhotes salvos na temporada

Sexta, 05 de Outubro de 2012

Os protetores das tartarugas marinhas encaram a nova temporada de desova dos quelônios, que começou no último mês, com um grande desafio: alcançar a meta de 15 milhões de filhotes salvos e soltos no mar.

Esse é o objetivo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), organização que em 32 anos salvou cerca de 13,7 milhões de filhotes e que espera conduzir ao mar outros 1,5 milhão na atual temporada de desova, que só terminará em março de 2013.

"Se mantivermos a média das últimas temporadas (1,2 milhão de filhotes salvos), poderemos celebrar essa meta ambiciosa e, ao mesmo tempo, fundamental para as cinco espécies de tartarugas marinhas que costumam visitar a costa brasileira, todas ameaçadas de extinção", afirmou à Agência Efe o oceanógrafo Guy Marcovaldi, diretor do Tamar.

A tarefa não é fácil porque exige atenção às milhares de fêmeas que, como se tivessem bússola ou GPS, retornam todos os anos à praia em que nasceram para cavar um ninho e por seus ovos, que depois são cobertos novamente com areia.

A missão também implica a marcação dos ninhos espalhados ao longo dos 900 quilômetros do litoral brasileiro para impedir que os mesmos sejam pisoteados ou destruídos acidentalmente; colocar proteções para evitar o ataque de animais e predadores, e conscientizar pescadores, banhistas e turistas sobre a necessidade de recuperar as povoações de tartarugas.

Os ativistas também têm que estar atentos à data aproximada de nascimento das tartarugas para ajudá-las a se dirigir ao mar, um processo que também precisa da colaboração dos hoteleiros.

Para não desorientar as tartarugas recém-nascidas e, consequentemente, condená-las à morte por desidratação, os estabelecimentos próximos à praia não devem apontar luzes em direção à areia.

"Uma de nossas principais conquistas foi a aprovação das normas que proíbem o uso de luzes artificiais e a passagem de veículos nas praias em que as tartarugas se reproduzem", explicou Marcovaldi na base do Tamar na Praia do Forte, situada a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

A região da Praia do Forte, uma antiga vila de pescadores transformada em centro turístico, concentra a maior quantidade de ninhos do país.

O projeto também ajudou a impulsionar as leis que proíbem a caça de tartarugas, a retirada de ovos dos ninhos e o uso dos cascos em artesanatos.

Nesta árdua tarefa, os ativistas do Tamar contam com a ajuda dos pescadores locais, alguns dos quais no passado se dedicavam à caça das tartarugas para vendê-las em restaurantes que as ofereciam como prato exótico.

Agora, os pescadores recebem um subsídio para percorrer todos os dias um trecho da praia, pelo qual cada um é responsável, na busca dos rastros das tartarugas e dos ninhos.

Todos esses esforços permitiram que, na última temporada, a organização conseguisse localizar e proteger 18,5 mil ninhos e colocar 1,4 milhões de filhotes no mar, embora só uma a cada mil chegará a vida adulta reprodutiva.

O Projeto Tamar, uma organização financiada pela Petrobras e associada ao Ministério do Meio Ambiente, também conseguiu observar e marcar 1,5 mil fêmeas em processo reprodutivo na última temporada.

Com 16 bases em áreas de desovas , distribuídas entre Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro, o Tamar também alcançará a marca dos 15 milhões de visitantes neste ano. Outras bases, como as do Ceará, São Paulo e Santa Catarina, ficam em áreas de alimentação, passagem e descanso das tartarugas marinhas.

Entre os destaques da última temporada, esteve o significativo aumento do número de desovas das tartarugas de couro (Dermochelys coriacea), cujo número de ninhos passou de 16 em 2011 para 97 em 2012. Esta é a maior tartaruga marinha do mundo, que chega a medir até dois metros, e uma das mais ameaçadas de extinção.

Em relação à última temporada de desova, o Tamar também destacou o aumento de 20% do número de ninhos da tartaruga olivácea (Lepidochelys olivacea), que passou de 6,6 mil a 7,9 mil em um ano.

As outras duas espécies que costumam visitar o litoral brasileiro são a tartaruga boba ou caguama (Caretta caretta) e a tartaruga marinha (Eretmochelys imbricata).

Além disso, o Projeto Tamar também ajuda a cuidar dos ninhos da tartaruga verde (Chelonia mydas), que desova em ilhas próximas à costa brasileira.

Fonte: Carlos A. Moreno – Efe/Estadão














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