Litoral Norte Sustentável

Centro de Experimentação em Desenvolvimento Sustentável

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Ongs da ReaLNorte avaliam os dois primeiros anos do Comdial

Quinta, 21 de Outubro de 2010

Apesar de terem suas críticas, é desta forma que a maioria dos representantes das ongs que integram a federação de entidades ambientalistas do Litoral Norte avalia os dois primeiros anos do Comitê do Diálogo para a Sustentabilidade (Comdial). O convênio, assinado em julho de 2008, reúne ambientalistas, Unisantos, e Petrobras, e gerou a criação do Centro de Experimentação em Desenvolvimento Sustentável (CEDS), uma estrutura física de apoio, com escritório e computadores, instalada no Centro Histórico de São Sebastião.

Na opinião dos entrevistados, a qualidade dos fóruns, seminários e ecoprojetos produzidos neste período gerou "excelentes surpresas", nas palavras de Ricardo Anderáos, da Ilhabela.Org. Segundo ele, "fizemos mais do que eu imaginei". Em especial, a realização do MBA foi destacada. "Os ecoprojetos e o MBA foram ótimos como produção de conhecimento. O MBA, curso gratuito, com duas turmas e 80 alunos, é uma pós-graduação em Gestão de Negócios Sustentáveis. Nós sempre brigamos para ter isto aqui na região e em 2011 teremos mais uma turma", diz Eduardo Hipólito, do Instituto Educa Brasil, de São Sebastião.

Para Patrícia Ortiz, da Associação Cunhambebe da Ilha Anchieta (ACIA), de Ubatuba, "o CEDS, braço operacional do convênio, com suas atividades criou ferramentas para que também outros setores da sociedade participassem da discussão sobre aspectos do desenvolvimento sustentável na região. É importante destacar que os ecoprojetos conceitualmente foram experimentos de estratégias inovadoras e grande parte deles teve resultado interessante".

A principal crítica feita pelos ambientalistas diz respeito às falhas no acompanhamento das grandes obras que estão acontecendo. Segundo eles, por falta de informação e comunicação, tanto em relação ao público externo, quanto na relação entre os próprios parceiros. "Havia a expectativa de que teríamos um acesso facilitado às informações e isto não aconteceu. Também as coisas boas, os seminários e oficinas, não repercutiram como poderiam. Tem gente na região que até hoje não sabe o que é o CEDS. Por isto temos que investir na comunicação", diz Hipólito.

"O convênio não atendeu as expectativas no que diz respeito aos empreendimentos da Petrobras. Este era o foco principal. Queríamos acompanhar as grandes obras de perto, e não apenas em relação ao Projeto Mexilhão e a Base de Gás, que tiveram alterações no empreendimento no decorrer do processo que não ficamos sabendo em primeira mão, mas em todos os demais grandes projetos da região, como ampliação do Tebar, Pré-Sal, ampliação do Porto e da estrada. Nós ainda não conseguimos atrair para a mesa de diálogo estes outros empreendedores", avalia Anderáos.

"Esta era a expectativa maior: fiscalizar, acompanhar as obras, o Eia-Rima, as medidas compensatórias, e trazer especialistas que suprissem nossa falta de capacitação técnica. O CEDS deveria ter dado este suporte técnico, mas acabou ficando mais voltado para as atividades paralelas", diz o arquiteto Paulo André, do Instituto Ambiental Onda Verde, de Caraguatatuba.

Avaliação feita também por Carlos Nunes, do Instituto Ilhabela Sustentável: "Não conseguimos acompanhar os grandes projetos por falta de informação e capacitação nossa. Precisávamos, por exemplo, de uma assessoria na área química para avaliar a Base de Gás. Não adianta só a Petrobras nos dar a informação. Não estamos preparados para entender esta informação. Agora, é preciso que o CEDS e as ongs tenham independência para fazer estas contratações".

A continuidade do convênio, renovado para mais um biênio, foi destacada e Roberto Francine, do Instituto Gondwana, de São Sebastião, vê com entusiasmo o programa de ação proposto: "Vamos focar nos temas da sustentabilidade, turismo sustentável e neutralização dos gases de efeito estufa. Também queremos fazer uma articulação para discutir uso e gestão do Canal de São Sebastião, além de um trabalho em conjunto com a Defesa Civil para atender as emergências ambientais oriundas do aquecimento global".

A expectativa de Carlos Nunes é a realização de um fórum sobre sustentabilidade, de âmbito internacional. "Ele poderá ser em Ilhabela, estamos nos dispondo a isto. Queremos captar recursos para trazer um prêmio Nobel, possivelmente o paquistanês Muhammad Yunus, que recebeu o Nobel da Paz pela criação do Banco do Povo. A idéia é criar um fórum permanente, gerador de renda e conhecimento, como a Flip em Parati", diz o representante do Ilhabela Sustentável.

Corrigir o rumo nas falhas detectadas e montar um amplo programa de comunicação são expectativas mencionadas por quase todos os ambientalistas ouvidos. Assim como incentivar uma maior participação das próprias ongs, da sociedade civil, promovendo a ampliação do leque de segmentos presentes ao debate. Um primeiro passo neste sentido já foi dado com participação no Comitê, a partir de agora, das Unidades de Conservação da região - os Parques, a Área de Proteção Ambiental Marinha do LN e a Estação Ecológica Tupinambás.

"Espero que agora o ganho institucional da realização do convênio seja bastante superior à primeira fase e vejo as pessoas bastante motivadas. O maior desafio é construir um novo modelo de sustentação deste fórum, com solução de continuidade", analisa o advogado Marcos Couto, do Instituto Ambiental Ponto Azul, de Caraguatatuba.

21/10/10

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CONFIRA OS MATERIAIS DA PRIMEIRA FASE DO COMDIAL - 2009

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Convênio




Esse site é um registro passivo da memória do Convênio Diálogo para a Sustentabilidade que reuniu Petrobras, ReaLNorte e Universidade Católica de Santos e aconteceu de 2008 a 2012.