Oficina em São Sebastião busca valorização do Patrimônio Cultural
Terça, 27 de Janeiro de 2009
O evento aconteceu na Fazenda Santana, no município de São Sebastião, nos dias 4, 5 e 6 de dezembro de 2008, e teve como objetivo oferecer aos participantes conhecimentos básicos para a elaboração de projetos e ações de valorização e revitalização do patrimônio cultural local e regional como um mecanismo de inclusão social e desenvolvimento para gestão eficiente e sustentada.
Além da parte teórica, os participantes também puderam conhecer a fazenda, lugar que já presenciou muitos acontecimentos históricos e que, atualmente, é tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
Construída em 1743, a Fazenda Santana possui um sobrado de pedra entaipada que abriga a residência e a capela ornamentada com pinturas trabalhadas em ouro. O espaço compreende também um aqueduto de pedra, senzalas e canavial.
De acordo com o professor, PHD em Arqueologia e Território (11º Superintendência Regional do IPHAN/SC – setor de Arqueologia), Rossano Lopes Bastos, o que contribuiu para o sucesso deste evento foi o entusiasmo e a disposição das pessoas de fazer realmente essa casa ‘falar’. “Esta oficina tem uma característica peculiar, uma vez que ela é feita dentro do objeto que será trabalhado, o patrimônio cultural”.
“Estamos falando de uma fazenda que tem mais de duzentos anos de existência e a sua relação com a sustentabilidade da natureza e da cultura. Temos aqui a sustentabilidade integral, um processo de produção que utiliza a natureza e os seus processos produtivos, a utilização dos recursos naturais e os vestígios arqueológicos históricos que estão expressados e edificados dentro deste território. No ponto de vista de um plano de gestão sustentável entre natureza e cultura não poderia ter sido melhor a escolha do local”, ressalta Rossano.
A oficina serviu também como um ponto de partida para a criação de um projeto de restauração e revitalização do local. Um dos atuais proprietários, Fernando Hipólito do Rego, revela o interesse da família em aproveitar o lugar para uma possível utilização cultural e turística. "A Casa Grande precisa ser restaurada. A fazenda abrigaria oficinas culturais e se consolidaria como um importante ponto turístico da cidade.
“Nós gostaríamos de pensar em uma solução de sustentabilidade dentro de um contexto de uso da casa aberto a comunidade. Embora seja nossa propriedade, nós entendemos que este local é um patrimônio da comunidade, e queremos mostrar isso para as pessoas, a história da Fazenda, a história de vida, de relacionamento da família. O melhor jeito que encontramos foi fazer um projeto que leve em conta tudo isso e não deixe a fazenda deteriorar”, afirma Fernando.
