Domingo, 07 de Outubro de 2012
A dificuldade de comercializar as quase 25 mil mudas nativas da Mata Atlântica já produzidas em um viveiro chamado Espaço Viva Floresta quase levou o casal Ricardo Anderáos, 49 anos, ambientalista e jornalista, e Gisela Testa, 46 anos, pedagoga e educadora, a desistir do projeto. Ao invés disso, eles – que moram há 12 anos no arquipélago – resolveram transferir o espaço de um terreno alugado na Água Branca para o quintal de suas casas na Cocaia, aos pés do Pico do Baepi, eliminando, assim, alguns custos.
Com 4,5 mil metros quadrados, o novo espaço tem mais de três mil metros quadrados de mata nativa banhados por uma cachoeira. “Nossas mudas agora crescem cercadas pela floresta-mãe e já saem daqui perfeitamente aclimatadas para o plantio definitivo”, diz Gisela.
O ambientalista Luiz Villares também é um dos sócio-fundadores do espaço, mas o dia a dia do econegócio fica sob a responsabilidade do casal, que tem três filhos. Segundo Gisela, a produção de mudas serve de base para experiências de sustentabilidade, educação ambiental, lazer, integração comunitária, produção cultural e neutralização de carbono
Econegócio
O viveiro é um dos projetos da ONG sócio-ambiental Ilhabela.org (www.ilhabela.org), dedicada à preservação e ao desenvolvimento sustentável de Ilhabela. O projeto nasceu quando os sócios conquistaram uma verba da Petrobras. “Depois disso tivemos que nos virar por conta própria, afinal nem sempre o projeto é reaprovado”, explica Gisela.
Para garantir a sustentabilidade do projeto, recentemente também resolveram investir na produção de mudas de plantas nativas ornamentais. “Temos um cuidado de plantar mais espécies de restinga, litorâneas, pra que estejam de acordo com seu ambiente local original. Então fazemos um grande esforço para plantar árvores menos exóticas e mais nativas”, comenta a educadora. “Temos Ipê Banco, Amarelo e Rosa, do tipo ornamental. Temos também várias nativas não ornamentais e não frutíferas, tipo Capitão do Campo, Araçá, Farinha Seca, Jussara, Aroeira Pimenteira, Guapuruvu”, conta.
Segundo Gisela, eles dispõem também de alojamento para os técnicos que vêm auxiliar no trabalho e estagiários e voluntários interessados em apoiar essa iniciativa de recuperação florestal.
Educação Ambiental
O viveiro também é um local extremamente adequado para as ações de educação ambiental. “Temos a floresta e a Mata Atlântica no nosso quintal. Podemos proporcionar conhecimento através da vivência no lugar”, diz Gisela, que avisa que uma nova agenda de cursos ainda será providenciada para este ano.
Precisa doar mudas?
Gisela conta que o Espaço Viva Floresta está entre os 100 viveiros mais organizados no cadastro de viveiros de São Paulo. Segundo ela, muita gente da região compra árvores em São José dos Campos para trazer pra cá porque não sabe onde comprar aqui. “Investimos pouco em marketing, mas nossos preços são bem melhores que os praticados em locais de paisagismo, porque as árvores são plantadas em tubetes. Além disso, elas também são fáceis de transportar. O objetivo é a revegetação de áreas degradadas”, frisa.
A educadora conta ainda que o Viveiro Municipal está dando preferência para as árvores deles, principalmente porque não fazem uso de agrotóxicos ou inseticidas. “Fazemos tudo certinho, como deve ser”, salienta.
Serviço
Espaço Viva Floresta
Telefones: (12) 8141-6213 e 3896-6105
E-mail: giselatesta@gmail.com
Site: www.vivafloresta.org
Endereço: Rua do Retiro, 787 – Cocaia - Ilhabela
Fonte: Thereza Felipelli /Imprensa Livre
Esse site é um registro passivo da memória do Convênio Diálogo para a Sustentabilidade que reuniu Petrobras, ReaLNorte e Universidade Católica de Santos e aconteceu de 2008 a 2012.