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Estudo identifica líquen nunca antes registrado no mundo

Quarta, 15 de Fevereiro de 2012

Um estudo de pós-doutorado do Instituto de Biociências da Unesp encontrou em Ubatuba uma nova espécie de líquen (ser vivo resultante de simbiose entre um fungo e cianobactérias). Patrícia Jungbluth, autora do trabalho, batizou a espécie de Pyxine jolyana, em homenagem ao professor Carlos Alfredo Joly, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).

A descoberta foi feita durante seu doutorado no Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, sob a orientação do professor Marcelo Marcelli, coautor do feito. 

Os liquens também são utilizados para a fixação do aroma em perfumes e na área de biotecnologia e farmacologia, para a produção de substâncias antibióticas e anticancerígenas. Além disso, são úteis como bioindicadores da qualidade do ar.

Os líquens também são usados e até mesmo exportados como adornos junto a musgos em arranjos florais. A cientista alerta que esse fato pode levar algumas espécies ainda desconhecidas à extinção, pois a micota liquênica cresce de forma lenta, na ordem de milímetros ao ano.

Uma das principais características do fungo encontrado em Ubatuba é a presença de ácido norstíctico, substância química rara em espécies desse gênero na América do Sul. Apenas uma espécie contendo o ácido, a Pyxine retirugella Nylander, havia sido encontrada no Brasil, em 1890. Para Patrícia, a descoberta da Pyxine jolyana é importante porque se sabe muito pouco sobre os líquens existentes nos ecossistemas brasileiros. “Eles são pouco mencionados e raramente estudados em aulas práticas”, diz a pesquisadora.

Já foram descritas cerca de 60 espécies do gênero Pyxine em todo o mundo, sendo mais de 30 encontradas no Brasil. O desconhecimento e a falta de interesse em liquenologia no país, e provavelmente na América Latina, é relativamente grande. Os liquenólogos brasileiros descobrem novas espécies a cada ano, mas há poucos especialistas para a quantidade de líquens a serem estudados. Apesar do pouco reconhecimento nacional, a descoberta recebeu até homenagem no exterior. A investigação foi descrita na revista Mycotaxon, sob o título “A new species and a new record of Pyxine (Physciaceae) with norstictic acid from São Paulo State, Brazil”.

Fonte: Imprensa Livre/Saulo Gil - fevereiro de 2012














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