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Biodiversidade ainda convive com ameaças

Terça, 22 de Maio de 2012

Hoje, dia 22 de maio de 2012, é comemorado em todo mundo o Dia Internacional da Biodiversidade. A data é celebrada desde que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. A importância do tema é tanta, que a organização declarou esta como a década da Biodiversidade (2011-2020).

A biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra, mas também pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela é formada por uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida, o que significa dizer que varia de acordo com as diferentes regiões.

O holofote dedicado ao tema deve-se não somente a importância da conservação da biodiversidade para a manutenção da vida humana, mas, principalmente, devido ao uso desordenado dos recursos naturais para sustentar um padrão de vida danoso a Terra.

Estima-se que apenas no último século, graças à nossa espécie, sumiram do planeta metade das áreas pantanosas, 40% das florestas e 30% dos manguezais. Para se ter ideia, caso o desmatamento não seja reduzido pela metade até 2030, somente os danos associados às mudanças climáticas chegarão à ordem de 3,7 bilhões de dólares.

A menos de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o relatório Living Planet, que reúne dados científicos sobre o meio ambiente a cada dois anos produzido pelo WWF, indicou que as condições do planeta pioraram desde a Rio 92.

Desde então, o mundo teve uma perda de biodiversidade de 12%, emite 40% mais gases poluentes, as florestas diminuíram 3 milhões de metros quadrados. Caso continue neste ritmo, segundo alerta o documento, o mundo precisará da quantidade de recursos equivalente a três planetas até 2050.

Há uma década, o mundo contabilizava um total de 11 mil espécies ameaçadas de extinção. Na época, a meta da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) estabelecida pela ONU previa a redução significativa do desaparecimento, todavia, o índice negativo já está próximo de dobrar.

O cenário brasileiro em relação à biodiversidade também não é muito animador. Com metade das espécies brasileiras conservadas em Unidades de Conservação, sete delas devem ter a área reduzida para dar lugar a 22 hidrelétricas planejadas na Amazônia. O novo Código Florestal, que aguarda decisão presidencial sobre a sanção até o fim desta semana, pode ser um desastre para as florestas brasileiras, para  uma boa parte dos especialistas na área.

Um novo estudo do Programa de Povos da Floresta (FPP), publicado na última semana, revelou que entre 1,2  e 1,7 bilhões de pessoas, cerca de 20% da população mundial, dependem diretamente das florestas para sua sobrevivência.

Embora grande parte destes povos viverem das e nas florestas há séculos, a maioria não tem a posse legal destas terras, o que coloca sua situação em risco, particularmente na África, na América do Sul e no sudeste da Ásia. Geralmente, nestes lugares as florestas são propriedade do estado e frequentemente são vendidas ou arrendadas para empresas ou outros países para a agricultura, a extração de madeira e a mineração sem a consulta ou o consentimento dos povos locais, que acabam sendo expulsos de suas terras.

O relatório traz o seguinte dado:  atualmente cerca de 350 milhões de pessoas correm o risco de perder seus lares para a grilagem de terras, já que seus direitos não são reconhecidos pelas legislações nacionais. Entretanto,  as pessoas que dependem indiretamente das florestas ou apenas de seus serviços, como regulação climática, fornecimento de água e sequestro de carbono não são contabilizadas.

Para reverter este cenário e garantir a preservação da biodiversidade, algumas iniciativas já estão começando a ganhar visibilidade e ser replicadas, como o caso dos paiter-surui. O Projeto de Carbono Florestal Suruí, foi o primeiro esquema indígena de Redd a receber os selos VCS (Verified Carbon Standard) e CCB (Climate, Community and Biodiversity), as principais certificações internacionais para o mercado de carbono.

Comercializar as florestas conservadas em pé pelos indígenas foi a saída dos paiter para preservar a região e autonomia do seu povo. O projeto evitou que cerca de 205 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) fossem emitidas na atmosfera pelo desmatamento entre 2009 e 2011.

Fonte: Site MSN verde/Portal Eco D














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Esse site é um registro passivo da memória do Convênio Diálogo para a Sustentabilidade que reuniu Petrobras, ReaLNorte e Universidade Católica de Santos e aconteceu de 2008 a 2012.